Um empresário paulista descobre uma nova oportunidade no concorrido mercado de pizzaria. Ele lançou a serragem prensada que substitui a lenha nos fornos. É mais barata, ecologicamente correta e não muda o sabor da pizza.
Os grãos são conhecidos como pellets. Eles são feitos das sobras das serrarias, a serragem que é prensada em uma grande máquina chamada estrusora. Como são feitos de madeira, os pellets têm grande poder de queima. Pois o empresário Alessandro descobriu um uso curioso e rentável para esse granulado, aparentemente sem importância.
Foi em uma viagem à Itália que o empresário Alessandro Giuranno conheceu os pellets. Lá, ele percebeu uma grande procura pelo produto, usado para gerar energia em fornos industriais. De volta ao Brasil, o empresário investiu R$ 4 milhões para montar uma fábrica de pellets. Mas quando se preparava para exportar, o mercado já tinha mudado. Vieram os concorrentes, o preço caiu, e o negócio se tornou inviável.
“Quando nós entramos para fazer a exportação, notamos que o mercado começou a absorver outras regiões. Por exemplo, a China começou a produzir um material de péssima qualidade. Vimos que não tínhamos mais o mercado para poder explorar. Se a gente tivesse que viver do mercado de exportação, tinha que fechar as portas”, explica Alessandro.
Mas o empresário não desanimou. Entusiasmado com o grande poder de queima dos pellets, ele foi atrás de outro mercado, desta vez no Brasil. Depois de muita pesquisa, decidiu oferecer a serragem prensada como combustível para os fornos de pizza, no lugar da lenha. O fato de ser um produto feito de sobras, e ecologicamente correto, animou o empresário.
“De acordo com uma lei federal, a partir do ano que vem, as novas pizzarias e padarias vão ter de se enquadrar no ecologicamente correto, a sustentabilidade. Então, a gente vai ter de aproveitar esse novo mercado, essa necessidade, para fazer um bom trabalho”, diz o empresário.
Para gerar energia, Alessandro utiliza uma máquina acoplada ao forno de pizza. Ele mesmo desenvolveu o equipamento com base em similares importados. “O modelo europeu e o americano. Trouxemos uma de cada para trazer a tecnologia, para entender como funcionava a máquina”, confirma.
É só colocar os pellets na máquina que ela faz a queima e produz calor no forno. Para viabilizar o negócio, o empresário instala de graça a máquina nas pizzarias, e ganha dinheiro vendendo os pellets. Alessandro treina pessoalmente cada novo cliente.
O dono de uma pizzaria foi um dos primeiros a aceitar a ideia. Segundo Leandro Couto, o produto é um pouco mais caro que a lenha comum. Mas a regulagem de temperatura torna o aparelho mais eficiente. “Nos dias de muito movimento, eu consigo elevar a temperatura. E eu não tenho perda de produtividade, não comprometendo o atendimento dos meus clientes”, explica Leandro.
Outra vantagem é a facilidade de operação. O produto reduz a necessidade de área para estoque. “Antigamente, nós tínhamos um espaço que ficava fora da pizzaria, um espaço enorme. Os funcionários tinham de estar trazendo essa lenha até o forno. Hoje a gente ocupa somente esse espaço de baixo do forno. Ficou mais produtivo, porque o funcionário que perdia tempo em transportar a lenha, correndo risco de acidente de trabalho; hoje, fica focado totalmente na produção das pizzas”, diz.
Os clientes da pizzaria aprovaram a novidade. Como os pellets não soltam fumaça, eles dizem que o ar ficou mais limpo. “Melhorou bastante. Não tem aquele cheiro forte, não sei. Ficou maravilhoso, está ótimo. Acho que facilitou bastante”, aprova a cliente Líbia Sposito.
O empresário Alessandro já conquistou 50 pizzarias como clientes. Cada uma delas consome uma tonelada de pellets por mês. “São grandes as perspectivas para esse nosso negócio, um cálculo de mais ou menos 30 mil pizzarias no Brasil; 8 mil estão em São Paulo. Ou seja, nós temos um longo caminho para percorrer com esse mercado extremamente favorável”, finaliza o empresário.
Fonte: TV Globo - Pequenas Empresas, Grandes Negócios
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